Em Portugal diz-se que o respeitinho é muito bonito. Mas nunca foi muito praticado. Em tempos passados, mesmo com uma Justiça justiceira, que mandava matar à mínima suspeita, os portugueses tinham forças e artes para se manifestarem, revoltarem, conspirarem e aldrabarem as autoridades. Quando apanhados, raramente havia clemência: antes tortura, degredo, forca, decepamentos, fuzilamentos e o mais que houvesse à mão.
Em Crime e Castigo – O Povo não É Sereno apresentam-se alguns dos casos mais célebres de crimes económicos, conspirações contra reis, atentados contra figuras do Estado e sublevações nas colónias, sobretudo no Brasil,
entre os séculos xv e xix.
Eis um retrato feito de dor e sangue que percorre, em 25 narrativas, crimes e castigos num país que afinal, como começámos a demonstrar no primeiro volume desta obra, nunca foi de brandos costumes.