Quando, na Primavera de 1805, António de Vale das Rosas chegou ao Palácio de Mafra para servir na cozinha, não imaginava que o seu destino se iria cruzar tragicamente com o do futuro D. João VI. Com um talento fora do vulgar para combinar ingredientes e paladares, António de Vale das Rosas conquistou a atenção e amizade do, então, príncipe regente D. João. Das suas mãos saíam belas entradas, sopas aveludadas, doces de perdição e tenras carnes que alimentavam a gula do monarca. Mas aquelas mãos que, de Mafra ao Rio de Janeiro, serviam com gosto D. João VI tremeram no dia em que um terrível segredo ficou em perigo de ser revelado. Apanhado nas teias da conspiração palaciana, António de Vale das Rosas vai ter de decidir o destino de um país à beira de uma guerra civil. Tendo como pano de fundo as invasões francesas, a partida da corte para o Brasil e o início da instauração do regime liberal em Portugal, Hélio Loureiro retrata com vivacidade a corte de D. João VI, um rei cuja misteriosa morte continua, ainda, por desvendar.