Inspirado pela sua própria viagem pelo rio Congo a bordo de um navio a vapor, Conrad narra-nos em Coração das Trevas a viagem do capitão Marlow em busca do agente Kurtz, um estranho homem enlouquecido que fundou nos confins do Congo uma micro--sociedade apoiada no horror e no medo. “O horror! O horror!", as últimas palavras de Kurtz, têm confundido e fascinado os leitores desde a primeira publicação. Apesar de reconhecido como um dos clássicos da literatura mundial, o romance nunca deixou de suscitar inúmeras controvérsias, tendo sido lido tanto como uma crítica ao imperialismo colonial como uma visão racista sobre o continente africano. Relato, ao mesmo tempo, do lado oculto do colonialismo imperialista e das insondáveis e escuras profundezas da alma humana, Coração das Trevas constitui uma das obras mais perturbadoras e inquietantes que o século XX nos legou.