Conversas com o Mestre
Uma história entre um aluno e um mestre e as aventuras desse acordar. Onde se compreende que é crítico acordar quando se é sonâmbulo. Nunca se distingue quando se está mesmo acordado. Existe sempre o perigo da própria vida ser um sonho ou de se passar pela vida como um pesadelo. Acordar é sempre um malabarismo ardiloso. Porque acordar é mais difícil que administrar Sodoma na Primavera. Mais problemático do que desejar, abominar ou mesmo ignorar. Acordar é mais difícil do que tocar xilofone numa marcha popular. É mais intrincado do que traduzir Saramago para o tailandês. Acordar é um penitenciamento crítico. Acordar é mais difícil que insultar o leiteiro em latim. Acordar é algo horrivelmente ambíguo. Acordar é tão difícil quanto encontrar um amor perdido ou domar uma fobia alheia. Acordar é algo difícil e lento. Acordar é tão delicado como esquecer. Acordar é circunspecto no começo e o fim. Mas no meio também o é igualmente. Acordar é tão difícil quanto acertar as horas pelo sol da manhã. Ou fugir da chuva numa tarde quente de verão. Acordar é espinhoso porque se acorda o nosso espírito. Acordar e saber que se esta vivo. E saber a desejar e a encontrar a felicidade e não aquilo que ele imaginava que o podia fazer feliz.
Esta é uma história de problemas diários de pessoas comuns numa vida rápida onde se encontra respostas para aprender a viver de novo. E quem sabe ser verdadeiramente feliz.