«Pereira Gomes teve de deixar casa e família para mergulhar na noite clandestina. Era um intelectual, mas sem verniz. A rudeza da vida na clandestinidade, as mil carências e perigos, a exigência de tarefas complexas, temperaram o militante e moldaram o dirigente.
Membro do Comité Central, a sua actividade desdobrou-se numa escala mais vasta. Mesmo assim o escritor que ele era não morreu. A sua pena debruçou-se sobre a modesta elegia dos seus companheiros de luta e deu-nos quadros de tocante humanidade. Os seus Contos Vermelhos falam dos heróis anónimos que cimentaram o Partido e não perderam a fisionomia de homens e proletários.» Dias Lourenço