A nota dominante em Almeida Santos é o seu realismo, aureolado duma poesia sedenta de justiça social.
Em A Rã no Pântano, um dos contos desta obra, ele vem contribuir de maneira nova e pessoal para a interpretação da vida portuguesa – europeia e africana – dos nossos dias.
Numa literatura que, aparte alguns casos actuais e em particular o de Castro Soromenho, tem sacrificado a tensa verdade dramática às seduç~oes do exotismo, as narrativas de Almeida Santos revestem-se de um significado de assinalável importância pela preocupação de surpreender o fundo comum do drama individual e social do nosso tempo, onde quer que surja.
As figuras humanas que molda nos seus contos não esquecem facilmente a quem com elas venha a contactar, pois que, adentro da sua singularidade exterior, são portadoras de um drama – e de uma esperança – que é de todos um pouco.
E são sobretudo exemplares, representativas – isso que dá precisamente a grandeza testemunhal da Literatura.