Contrariando a nossa habitual tendência de «fazer história» com base num ponto de vista único centrado exclusivamente em Lisboa, procurei recuperar e dar a conhecer os principais traços do nascimento, actividade, encerramento e significado de uma instituição político-cultural do Porto denominada «Confronto, Cooperativa de Promoção Cultural, SCRL».
(..) A Confronto foi um lugar de diálogo entre pessoas, ideias e grupos diferentes mas que se situavam dentro de um quadro mínimo de defesa dos direitos humanos e oposição política ao regime fascista de Salazar e Caetano. Colocou em «confronto» perspectivas diversas de intervenção cívica, ética e social, ensinando cada um a conhecer e respeitar as diferenças dos demais ao aprender a descobrir nelas todos os seus tesouros escondidos. Mostrou que a realidade é rica em diversidades e que ninguém é portador de uma qualquer verdade absoluta. Provou, por fim, que o ser humano é simultaneamente uno e complexo.