Grande parte da obra de Tolstói é, mais do que autobiográfica, confessional. Confessional no sentido lato e também no sentido restrito – religioso e sacramental. Salvas as devidas diferenças na abordagem filosófica e teológica, pode dizer-se que Tolstói segue a linha da confissão (a confissão como veículo literário e filosófico de ruptura) iniciada na cultura ocidental por Santo Agostinho, sendo uma das figuras tutelares (juntamente com Rousseau, Nietzsche, Kirkegaard…) deste estilo confessional, mesmo nos romances mais livres e ficcionados.