Salvador Fuensanta é empregado de limpeza de um aeroporto e está às portas da reforma. Este lugar tão impessoal - onde trabalha há mais de vinte anos - e os milhares de pessoas desconhecidas que diariamente cruzam o seu posto vão desenvolver nele uma capacidade especial - a de modelar a realidade a seu gosto, recriando histórias e julgando adivinhar as vidas dos passageiros anónimos. Além disso, Fuensanta conhece muito bem as outras pessoas que trabalham no aeroporto: Sara, a camareira; Juana, a livreira; Pau, um artista inconformado que inventa um poeta finlandês para se tornar famoso e se apaixona por uma rapariga que sofre de amnésia em consequência de uma acidente aéreo. Assim, este mundo cheio de conversas e histórias soltas, inacabadas, reais, inventadas, que se mesclam a um ritmo alucinante, vai-se transformando num relato de contornos invulgares, em que cada história oculta ou revela uma outra história.