Cláudia Cristiani é, por norma, uma mulher recatada, insegura face até à imagem do próprio corpo. Mas depois de o louco doutor Fez ter logrado lançar mão da invenção do doutor Kranz – que, a partir de um controlo remoto, emite ondas cerebrais aptas a controlar a pulsão sexual – e ter implantado um receptor no cérebro da jovem indefesa, passou a manietar os seus desejos e impulsos sem dó nem piedade. Desta feita, Christiani, marido de Claudia, é o advogado da Globalquímica, um trust que não hesitou em utilizar álcool metílico para fins alimentares. Tornado cego na sequência do incidente, o professor Boralevi, coadjuvado pelos seus filhos, decide consumar a vingança accionando para tanto a viciosa caixa mágica… "O Clic 4" assinala o ansiado regresso da irresistível Claudia Cristiani e de uma série que entretanto se tornou mítica. Depois de, em 1983, com a publicação de "O Clic 1", nos termos familiarizado com os ímpetos indomáveis de Claudia Cristiani, exacerbados pela perversa máquina criada pelo Doctor Fez, Milo Manara - «profissional da libido», autor de "O Perfume do Invisível", "Gulliveriana", "Kama Sutra" ou "A Metamorfose de Lucius" e mestre incontestado do fumetti italiano – viria a assinar sequelas sucessivas, entre 1991 e 1994, do mais bem sucedido dos seus ciclos desenhados. O presente "O Clic 4", agora revelado em Portugal, remonta, na edição original, a Novembro de 2001 e não deslustra, no poderio do traço, na efabulação erótica, no desassombro dos fantasmas encenados, na volúpia da transgressão, a pura sedução que já convertera num acto de conquista qualquer um dos tomos precedentes.