Ao contrário do que alguma historiografia tende a fazer crer, e da opinião comummente aceite, não houve um corte radical entre a Idade Média e o Renascimento. A frescura, o dinamismo e a vontade de renovação de que este último período deu mostras não podem ser contrapostos ao mundo medieval. Isto não invalida, contudo, que se reconheça que em algumas cidades do território italiano – pelos seus humanistas, pelos seus artistas, mercadores, engenheiros – tenham surgido as primeiras manifestações do Renascimento europeu.
Aceitando o termo consagrado pelo uso, Jean Delumeau apresenta-nos uma obra essencial para se perceber os contornos de um movimento cultural, económico e social, que moldou a Europa.