este livro persegue uma ideia fundamental. A de que o circulo é a figura por excelência da unidade do conhecimento. Não apenas por causa daquele isomorfismo primordial que faz do circulo a metáfora do cosmos, horizonte do pensável, pátria de todas as aventuras cognitivas, em todos os tempos e lugares. Mas porque o circulo é a forma mais simples, mais perfeita e mais bela, a figura primeira da harmonia e do equilíbrio. E o conhecimento, ou mais precisamente, a ciência, tem por base a procura obstinada da ordem que percorre a radical diversidade dos seres e acontecimentos.
Forma do acabamento e da completude, do fechamento interno, o circulo é também a forma da expansão, do movimento radial, da rotação, da força geradora. Da capacidade de aceitar o rodopio da infinita procura. E também por isso ele exprime, sob o regime da especialidade metafórica que é o seu, a ideia de unidade da ciência. Por isso este livro é dedicado á ideia de enciclopédia, circulo perfeito do conhecimento. Ela que é hoje, a meu ver, a mais surpreendente, resistente e efetiva configuração da unidade da ciência. Ela que dispõe hoje de novas condições (virtuais) de realização que lhe permite responder de forma inaudita e pujante ás estridências e complexidades do mundo que sempre teve como destino espelhar.