Tempos houve em que as salas de cinema proliferavam em Lisboa, dos múltiplos cinemas de bairro às salas memoráveis: como o S. Luís, o Chiado-Terrasse, o Tivoli, o Éden e tantos outros. Tempos houve em que ir ao cinema era um acto elegante, que merecia indumentária apropriada, e também um acto social - ia-se para ver e ser visto. As grandes salas de cinema foram desaparecendo da cidade e, hoje, vai-se ao cinema nos centros comerciais, no intervalo de umas compras. A história deste percurso é feita de modo notável, pela autora, numa obra onde o rigor caminha a par das memórias afectuosas que todos temos em relação àquela especial sala de cinema.