«O Verão de 74 foi quente na ilha de São Vicente, em Cabo Verde. De Lisboa apenas chegavam rumores de golpe de Estado. Os combatentes pela independência continuavam nas matas da Guiné, o poder andava pelas ruas e a Revolução era uma festa sem fim. O primeiro comandante da guerrilha a desembarcar na cidade chegou disfarçado de emigrante. Gostava de copos e de mulheres e organizava sessões de vigilância contra a eventualidade de um ataque das forças imperialistas. Zapata, Bob, Aristóteles e Frederico foram enviados para a Praia de São Pedro para evitar um desembarque das tropas norte-americanas. Para se defender, receberam um revólver e cinco balas. Viveram então a noite mais longa das suas vidas: a noite em que perderam toda a inocência.»