Para aliviar a tensão causada pelo trabalho e pela insistência da noiva, que amava, em apressar o casamento, Henrique decide parar na Catedral, tomar uma Ginger Ale e ouvir um pouco de música.
Observando o jeito desconjuntado e os ombros caídos do homem, Maria aproxima-se dele e pede ao empregado do balcão que lhes sirva duas taças de champanhe.
Ao som da voz romântica de Charles Aznavour, Henrique deixa-se prender nos braços da mulher, enquanto a voz rouca e sensual da desconhecida lhe sussurra ao ouvido a letra da canção que os enlaça. O jogo de sedução e a arte de amar daquele jeito eram desconhecidos para ele, habituado a uma relação terna e calma com Helena, que desposará dentro de dias.
Dominado pela paixão e pelo prazer em que Maria o envolve, todos os sentidos se confundem na mente do jovem advogado.
(…) Libertou-se da roupa que ainda tinha, esticou o braço em direção ao bengaleiro e retirou o chapéu de coco que colocou na cabeça. Agora sim, estava pronta para recomeçar. Com a voz rouca de desejo disse:
– Vem, vou amar-te com calma. (…)
Até que chega Bruna.