JPL escreve este livro, tratando por “tu” o próprio autor (“eu”) destas “Cartas”. Este é um eterno adolescente “histérico-neurasténico”- como Fernando Pessoa afirmou que era, através dos seus heterónimos Álvaro de Campos e Bernardo Soares.
JPL dedica o manuscrito de “Cartas soltas...” a seu amigo íntimo M.C., que terá, sem querer, a última palavra. Ambos, com a mão no coração e o coração nas mãos.
Assim, “Cartas soltas...” é uma história por encaixes. É o jogo cruzado de vários “tu” e “eu”: um romance em espiral, um jogo de espelhos. É a crónica metódica de uma luta íntima, exemplar e desesperada contra o cancro da alma.
Por isso, é um testemunho exorcista.
A encenação de “Cartas soltas...” pretende ser um verdadeiro viático para qualquer pessoa, esquartelada no seu dia-a-dia entre a tentação do “real” e do “infinito”. Como tal, pretende também servir àquelas pessoas cuja razão de ser no mundo, é ajudar e convencer outros entes a viver: pais, educadores, médicos, religiosos...