Porque é que, na religião católica, as mulheres são sempre silenciosas e apagadas? Porque não estão elas autorizadas a pregar nas igrejas? Porque é que a sua palavra inspirada e os seus ímpetos místicos passam por suspeitos, quando, ao longo da História cristã, grandes figuras como Santa Genoveva, Brígida da Suécia e Catarina de Siena foram consultadas e louvadas pelos papas do seu tempo?
A missão feminina reduzir-se-á aos cuidados maternos, à compaixão pelos fracos e desfavorecidos? Ter-se-á deliberadamente esquecido a Sabedoria própria da mulher realizada, que não precisa da ordenação para iluminar o Mundo? Eis alguns dos elementos desta reflexão do século XXI que deve ser lida por todas as mulheres, católicas ou não.
Ternamente polémica, esta Carta propõe uma magnífica meditação sobre o Feminino Transcendente que se manifesta através da Bem-amada do Cântico, da figura medieval da Dama, ou ainda de Maria de Magdala e da mulher "revestida de Sol" do Apocalipse.