As reflexões de um grande escritor sobre a trágica história de um povo num relato cheio de ternura, entusiasmo e humor.
Depois de o governo soviético ter confiscado – ou, como Grossman preferia dizer, «prendido» – Vida e Destino, o autor assumiu a tarefa de rever uma tradução para russo de um extenso romance arménio. O texto era de pouco interesse para ele, mas ficou feliz por ter uma desculpa para viajar para a Arménia. Bem Hajam! é o seu relato dos dois meses que lá passou. Escrito em 1962, dois anos antes da morte de Vassili Grossman, esta obra não tem comparação com nenhuma outra do autor.
Este é, de longe, o seu livro mais pessoal e intimista, dotado de um ambiente de espontaneidade absoluta, em que Grossman parece estar simplesmente a conversar com o leitor acerca das suas impressões sobre a Arménia – as suas montanhas, igrejas antigas, gentes e costumes –, enquanto, ao mesmo tempo, examina os seus pensamentos e estados de espírito.
Relato maravilhosamente humano de uma viagem a um lugar distante, repleto das observações vívidas de um estrangeiro, Bem Hajam! é também uma reflexão de Grossman sobre o seu lugar na União Soviética como escritor, a dignidade humana e a sua mortalidade.