No limiar do seu trabalho editorial, Babel entendeu editar estas três obras, não obstante todas as diferenças que separam o seu próprio conceito daquela outra Babel que os nossos clássicos abordaram a partir de uma diferente gama de preocupações. Com efeito, a salvação do homem, hoje, está na construção da mais alta torre a partir da diversidade inumerável das línguas e obras de Babel…
Excerto:
«Como é evidente, Deus é totalitário. Por isso castigou os homens que construíram a grande torre que pretendia chegar aos céus, criando as condições para que eles não conseguissem entender-se. Por isso também, uma língua única seria não só o instrumento de Deus junto dos crentes, mas ainda o instrumento de um poder perfeitamente totalitário e despótico.
Diferentemente, uma língua franca pode ser a maneira de preservar os vários idiomas, as suas especificidades e as suas visões do mundo, porque estabelece umas pontes úteis entre todos eles. Aconteceu com o latim. Não se sabe se está a acontecer com o inglês.»
Vasco Graça Moura, no Prefácio