Esta Autobiografia, curiosamente apresentada sob as vestes de um romandivertissement, desenvolve-se no quadro de um fenómeno insólito: o da imortalidade física de Carlos Fradique Mendes, cuja génese se encontra, aliás, meticulosamente explicitada nas suas páginas.
Pouco esperável por quem bem conheceu a natureza psíquica do autor, sempre retraído, do público como dos amigos, de tudo quanto respeitasse à sua vida particular, esta quase ? confissão vem agora abrir, de par em par, as portas que conduzem à sua mais íntima privacidade!
Tudo porque o autor se viu forçado, por assim dizer, a violentar a sua própria natureza para conseguir mitigar as consequências perversas daquele fenómeno singular.
Um pano de fundo certamente capaz de interessar todos aqueles que hoje estão ávidos de conhecer por dentro a personalidade desse grande senhor da sociedade de oitocentos, que foi, decerto, o mais culto dos amigos de Eça de Queirós.