Neste texto que só agora foi objecto de publicação em livro, Georges Perec explora os jogos e os limites da linguagem partindo de um curioso organigrama, contando numa única frase sem pontuação a história de um insignificante funcionário de uma grande empresa, que tenta chegar à fala com o seu chefe no momento mais propício a obter aquilo que pretende. O discurso narrativo cobre todas as opções, até à exaustão, nunca sendo exactamente o mesmo graças a ínfimas variações. Entretanto, a descrição vai destilando uma insidiosa ironia, em que o lúdico e o absurdo se combinam de forma genial.