CAPÍTULO 6
A arte de dormir a sesta
Se tem muito que fazer, faça uma sesta - apenas uma sesta de dez minutos. Por mais ridículo que possa parecer, deixar-se cair da beira da consciência é frequentemente a melhor maneira de rapinar o tempo extra de que precisa para cumprir um prazo limite.
Refugiar-se num leve cobertor de sono no meio de um dia atarefado não é muito diferente de escavar um túnel de fuga, um que passe por cima de horários de trabalho impossíveis, agendas sobrepostas, e dores de cabeça programadas, e que lhe permite submergir alguns minutos depois com um olhar fresco para a vida.
John F. Kennedy, Winston Churchill, Thomas Edison, Napoleão Bonaparte, e Leonardo Da Vinci praticavam a arte de passar pelas brasas a meio da tarde. Tal como eles, você pode descobrir que dormitar nas costas das pessoas traz-lhe vantagens.
A pesquisa do sono demonstra que se passa um complexo processo fisiológico, sob a superfície de uma soneca inocente. O que de fora parece inércia é, de facto, um estado interno activo a fervilhar de neurónios a disparar intensamente.
Enquanto dormimos, sofisticadas sequências de ondas cerebrais transformam os nossos corpos inertes em estações de energia que produzem inteligência, atenção e discernimento.
Existem devastadoras provas científicas em como a falta de sono acarreta uma grave deterioração da consciência: fadiga, incapacidade de concentração, alucinações visuais e do tacto.
A vontade de se aninhar ao princípio da tarde é um sinal de alerta de que lhe está a faltar bom senso ou discernimento. É esta a altura do dia em que aumentam os acidentes de trânsito ou de produção - quando as pessoas adormecem ao volante ou no painel de comandos fabris.
É bastante melhor enroscar-se do que provocar um desastre. De barriga para cima, pode entrar num processo de produção enquanto fabrica os blocos de construção para o seu próximo estado de vigília.
Render-se ao descanso faz mais do que apenas restaurar a capacidade de funcionar eficazmente - de facto, gera aquele estado mental, claro e transparente, a que chamamos vigília.