«Nascido de uma conjuntura histórica singular, Arte de Furtar tornou-se, como a Arte da Guerra, de Sun Tzu, O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, ou Leviathã, de Thomas Hobbes, um texto estrutural e intemporal, com o estatuto de livro clássico, não gozando do reconhecimento internacional público dos restantes devido à sua origem portuguesa e, certamente, ao seu estilo barroco. Lido em qualquer tempo e em qualquer sociedade, haverá sempre razões para detectar nos seus exemplos e nas situações descritas renovadas actualizações.»
«A prudência académica aconselharia a que não tomássemos posição sobre a autoria de Arte de Furtar. Não é esta, porém, a nossa habitual atitude de intervenção no mundo da literatura: preferimos errar tomando posição e apresentando as razões desta do que não errar nem acertar por excesso de prudência e omissão de intervenção.»
(Miguel Real, do Prefácio)