A saga de Aristides de Sousa Mendes deve por isso ser recordada.Pelo que faz pela auto-estima dos portugueses, sem dúvida. Mas sobretudo pelo que tem de exemplar e de inspirador.
In Prefácio, José Miguel Júdice
Esta é uma obra de cariz fotobiográfico e documental sobre a figura ímpar de Aristides de Sousa Mendes, a sua vida e o sublime acto de humanismo que protagonizou em 1940 salvando mais de 30 000 pessoas da perseguição nazi. Exibir imagens que ilustram a caminhada pessoal de um homem íntegro e que também comprovam a carreira de um diplomata exemplar, repor a legítima verdade com o auxílio rigoroso de documentos oficiais provenientes do Arquivo Histórico Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros são os elementos que constituíram o propósito da elaboração do livro. E contra factos não há indubitavelmente argumentos. O comportamento reprovável e iníquo que o Antigo Regime reservou à figura de Aristides de Sousa Mendes, após esta edição, ficará sem defesa.
Organizado em dezoito capítulos, demarcados desde o nascimento de Aristides de Sousa Mendes até aos dias correntes, com textos de escrita clara e sucinta que aludem cada tema escolhido e que estão devidamente acompanhados por fotos e documentação legendadas, a obra proporcionará aos leitores uma leitura agradável e devidamente fundamentada. A combinação entre as reproduções fotográficas, cópias documentais, peças jornalísticas e testemunhos de pessoas que, em tempo do terror nazi, foram salvas pelo cônsul português, estimulam um ritmo directo e emocionante onde o passado é excedido pelo presente visual. A autora procurou contar uma história. De alguém que esteve acima da força humana. Usando mais provas que palavras. Menos gramática que realidades.
Aristides decide que não pode continuar a viver se não fizer o que a consciência lhe diz que deve fazer, para que aquelas pessoas que ele não conhece e que nunca mais verá não morram num qualquer campo de concentração! Com o apoio incondicional de Gigi, a mãe dos seus catorze filhos, decide desobedecer frontalmente a Salazar, porque esse é o único gesto digno que um filho de Deus pode fazer perante tal calamidade. Hitler, Salazar e outros ficam enraivecidos com tal manifestação de humanidade e bom senso: afinal, ainda há homens bons!? Como é possível?
In In Memoriam,
António de Moncada Sousa Mendes