Autor invulgar e excelente realizador de uma poética vitalista nos géneros e subgéneros de ficção narrativa (romances, novelas e contos de índole vária), bem como em textos de hibridismo genológico, Aquilino Ribeiro desde cedo foi alvo de uma fortuna crítica que importa hoje rever, a par de uma releitura da sua obra em nova perspectiva. No âmbito de tal poética vitalista é que se plasmam os vectores temático-formais habitualmente mais focados pela leitura crítica da obra aquiliniana. Assim, através do seu estilo versátil, essa obra torna saborosamente sensível uma visão irónica da condição humana, com apresentação tensional dos episódios edénicos na trama trágica da existência imanente, da aura amorosa e dos seus desaires na geral labilidade dos bens e gozos terrenos, do heterodoxo fascínio franciscano às mãos com um desenganado realismo antropológico.