Luca está na casa dos quarenta.
Para trás, deixara um casamento falhado.
Agora vive com Anna, uma companheira com quem tentou construir um sonho a dois.
Um sonho de liberdade. Amantes da natureza, tinham deixado a cidade e criado um centro hípico natural, que já não era senão um centro hípico «e mais nada», assente em rotinas, tarefas, hábitos.
O sonho, a liberdade tinham-se perdido.
Um dia, em cima de um nervoso puro-sangue, Luca tem como que a revelação do quanto se sente infeliz.
A queda aconteceu depois.
Desde esse momento, único e irrepetível, nada volta a ser como antes.
Uma sucessão fortuita de encontros fá-lo conhecer Chiara.
O amor, a paixão, no sentido mais total e inelutável, irrompe como o catalisador do potencial de mudança que o autor pressupõe existir naquele momento de crise.
Como se perdesse a identidade, as percepções de Luca, agudizados por uma incrível lucidez, fragmentam cada unidade mínima de tempo, cada instante, cada gesto, cada olhar, saturando-os de um sentido profundo, reportando-nos a uma corporeidade extrema das sensações, à beira de um limite para além do qual apenas pressente o absoluto desconhecido.
Andrea De Carlo é um milanês nascido há quarenta anos e escritor consagrado como um dos mais representativos da sua geração pela sua forma, actualíssima, de equacionar temas como a mudança de papéis, entre homem e mulher, no interior da relação amorosa, a questão da liberdade, da memória ou da capacidade que possuíamos para transformar as nossas vidas.
Aquele momento celebrou já o seu meio milhão de exemplares vendidos, só em Itália.