Amor, política e mistério numa Lisboa onde não era costume acontecer nada, mas onde tudo parecia estar prestes a acontecer. No dia 9 de Março de 1971, António Luís Fabrício, um jovem recém-licenciado em História, está sentado no café Monte Carlo a ler o jornal, ao mesmo tempo que ouve a conversa da mesa do lado, entre Carlos de Oliveira e Augusto Abelaira, dois dos seus escritores favoritos. É subitamente surpreendido pelo comunicado que dá conta do atentado bombista à Base Aérea de Tancos. Pouco depois, alguém o alicia para um emprego que o compromete em estranhas investigações históricas. No dia 24 de Abril de 1974, António Luís Fabrício e Zemira, apaixonadíssimos, decidem passar a sua primeira noite de amor no anonimato de um hotel. Ao romper da manhã são acordados pelo acontecimento, pela ruptura. Aquela Madrugada no Ritz é o segundo título do ciclo de romances de Joel Costa iniciado com O Assassino de Salazar. Narrativa a várias vozes e a várias luzes do pós-salazarismo, um tempo de expectativas e decepções, entre relativas aberturas políticas, boatos, manifestações, iminência de golpes de Estado e acções terroristas na cidade onde nada era costume acontecer, onde tudo parecia estar para acontecer e não acontecia.