O célebre diálogo que Platão introduz, é uma reconstituição da defesa socrática sobre a verdadeira natureza da Justiça, no confronto entre o Bem e o Mal.
Tradução, prefácio e notas de Pinharanda Gomes Acusado por Meleto de corromper a juventude, Sócrates é condenado à morte no tribunal de Atenas, tema que constitui a maior parte da Apologia, num discurso de defesa que Platão reconstitui exemplarmente, sobressaindo a grande figura moral de Sócrates e o seu desprendimento pela vida e os bens materiais, perante a visão do Bem supremo.
Todo o discurso de Sócrates é iluminado pela sua figura e atitude eminentemente filosófica, fundamentando doutrinariamente os posteriores diálogos de Platão: o ideal de justiça, o desprendimento dos bens terrenos e da própria vida, a humildade que a sabedoria transmite, a sua liberdade de pensamento perante as leis humanas.
Apologia de Sócrates de Platão
Excerto:
«E agora, tardo e velho, sou apanhado pelo corredor mais lento, e os meus acusadores, mais ágeis e robustos, pelo mais veloz, a perversidade. Agora sairei daqui sentenciado e condenado à morte, enquanto eles sairão sentenciados e condenados, por infâmia e injustiça, pela verdade. Eu com a minha pena, eles com a sua. Talvez tudo isto tivesse de acontecer, e penso que tudo é como deve ser.»