Rodrigo costumava dizer à mãe, Mila, que falava com Jesus e que iria morrer – «Vou para um sítio muito lindo, muito verde.» Aos 7 anos, um acidente causado por um camião levou-lhe a vida e a do seu pai. No dia do velório de Rodrigo, uma mulher de meia idade e olhar sereno aproximou-se de Mila e disse-lhe: «Sou uma mãe que também perdeu um filho. Queria dizer-lhe que ainda vai ser feliz. É uma felicidade diferente, mas vai ser.»
Enquanto presidente de uma associação de apoio a pais em luto, Mila viria a conviver de perto, ao longo dos anos que se seguiram, com centenas de homens e mulheres que, tal como ela, carregam a maior das dores que alguém pode sofrer: a perda de um filho.
Os Anjos não Comem Chocolate fala-nos de amor, sofrimento, coragem – e, acima de tudo, da extraordinária capacidade do ser humano de encontrar um sentido para tudo. Até para o impensável.