No dia 24 de Maio de 2000, a Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda-Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) raptou três operários que, ao serviço da empresa de construção civil Mota & Companhia, estavam a trabalhar naquele território. Sérgio Fidalgo é um dos empregados portugueses. Na origem deste rapto está a recusa da FLEC-FAC em aceitar a soberania de Angola sobre Cabinda e a exigência do cumprimento do Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, através do qual aquele território, com o acordo dos representantes dos povos de Cabinda, se transformou em protectorado de Portugal. Este argumento jurídico-diplomático está na base daquilo que as forças independentistas consideram decisivo para a resolução da situação. Após onze longos meses de negociações diplomáticas ao mais alto nível, no dia 3 de Abril do ano seguinte Sérgio Fidalgo é libertado. Este livro é a história desse sequestro e da sua libertação, mas é, sobretudo, o retrato humano de uma penosa reclusão de onze longos meses. Apesar das privações físicas e psicológicas, das saudades da mulher e dos filhos, da vida no mato em condições desumanas, o autor nunca baixou os braços e sempre acreditou que a libertação haveria de chegar. O resultado é Angola - 11 meses de cativeiro, uma experiência única que Sérgio Fidalgo tem a coragem de agora partilhar com o leitor.