"Um dia, André fecha-se no quarto, particularmente infeliz. O Inverno começou. Lembra-se então do berlinde e vai buscá-lo. Olha-o com muita atenção. O berlinde parece rodopiar e crescer nas suas mãos. A certa altura, André está dentro dele. Acontecem-lhe coisas espantosas. Conhece uma porta que fala, a Portália, bastante misteriosa e um pouquinho assustadora, e uma cascata, a Cascatélia, criatura de insuportável vaidade. Conhece uma fada, Grionesa, que o faz voar. Conhece um gato - o gato do tio Xrüe Dinger -, que está dentro de uma caixa com dois furinhos, e pelos quais não se pode olhar, sob o risco de o gato morrer. E o senhor Leandro, que aparece com uma grande mala de médico na mão e desaparece quando se mete dentro dela, altura em que esta começa a encolher, até sumir de vez. Esta mala tem coisas espantosas. O pior dá-se quando o Mundo do Berlinde começa a ser alvo da ameaça aterradora de Benderau e dos Langolões. Portália vai ajudar e o senhor Leandro também. Mas André e Grionesa é que têm de enfrentar esse horror, salvando o país da destruição total. »"" />«Quando o circo visita a aldeia de André, o rapaz apaixona-se pela filha do mágico, uma menina lindíssima e enigmática, que lhe oferece um berlinde enorme, límpido como uma lágrima. Entretanto, os pais de André vão viver para Lisboa e uma nova vida começa. André sente-se profundamente infeliz. Na escola passa o tempo à bulha. Adopta todos os cães vadios das redondezas, os seus colegas têm ""nojo"" dele e enche o quarto de bichinhos: caracóis, lagartixas, etc. A mãe está enervadíssima; o pai trabalha o dia todo e mal lhe põem a vista em cima. Só Vicência, a empregada da casa, parece manter a energia e a vontade de devolver a alegria à família. Um dia, André fecha-se no quarto, particularmente infeliz. O Inverno começou. Lembra-se então do berlinde e vai buscá-lo. Olha-o com muita atenção. O berlinde parece rodopiar e crescer nas suas mãos. A certa altura, André está dentro dele. Acontecem-lhe coisas espanto