Estamos nos finais de 1837, em plena Guerra Civil entre liberais e miguelistas. O brigadeiro José Joaquim de Sousa Reis, mais conhecido por Remexido, Comandante do Exército do Sul por nomeação do proscrito D. Miguel, atravessou todo o Alentejo e veio atacar Grândola. Este ataque é o ponto de partida de "O Amor nos Anos de Chumbo".
Através de uma tórrida e triangular história de paixões, E. S. Tagino transporta-nos a um tempo em que, sobre as cinzas do antigo regime e enquanto o romantismo florescia no coração dos poetas, os frades egressos, com a extinção das ordens religiosas e a confiscação dos conventos, vagueavam pelos campos; os barões, disfarçados de liberais, abocanhavam o cadáver do país, e o vírus do caciquismo se instalava no corpo apodrecido da Nação.
Com o Estado na bancarrota, sob a pressão inglesa que ameaçava tomar-nos a Índia, com as diversas facções de Setembrismo a degladiarem-se publicamente e uma revolta camponesa generalizada, aqui se retrata uma realidade decadente onde, apesar de tudo, o amor sem barreiras, alguma consciência social e o lento despertar do Povo são os sinais ténues mas esperançosos de uma possível regeneração.