“Nenhures seguia a sua rotina pachorrenta, retardada pelo calor do Verão.
“Uma bela tarde, em pleno dia de feira, o adro da igreja fervilhava de barulho e confusão, quando o povo foi surpreendido pela passagem dos homens de D. Furibundo, que atravessavam a multidão arrastando atrás de si três presos com ar de quem não facilitara a prisão. A fechar o cortejo vinha uma carroça manca puxada por um burro manco. Dentro da carroça, mal encobertos por uma velha manta, uns pés e umas mãos sem vida traíam o crime dos malfeitores.
“ – Abram alas! – bradava o soldado que abria o cortejo. – Abram alas à justiça de Nenhures!”