O álcool é uma das doenças sem rosto, com múltiplos rostos escondidos. Conforme as estimativas há em Portugal cerca de um milhão de alcoólicos e, segundo estudos, começa a beber-se cada vez mais cedo. Que implicações tem o alcoolismo na sociedade, nomeadamente na vida familiar? Este foi o tema que António Pinão escolheu para tese de mestrado é O Álcool, um inimigo sem rosto?, um estudo que perpassa para lá dessas fronteiras e faz uma análise aprofundada da família e das relações familiares. O que se entende por alcoolismo e por consumo moderado? Segundo alguns especialistas as pessoas que não conseguem beber controladamente o álcool é maligno, enquanto para as pessoas que controlam um consumo moderado ele pode até ser benigno. O factor de dependência da ingestão de bebidas alcoólicas permite avaliar o grau de evolução em que a doença se encontra, se bem que o doente não tem a noção em que estádio patogénico se encontra, pois, segundo os estudiosos, esta é uma doença do foro psiquiátrico que pode levar ao suicídio, não ignorando as consequências sociais e familiares que dela podem advir. O autor avalia os problemas sociais e profissionais de um indivíduo alcoólico, mostrando que esse reflexo se manifesta primeiro no seio da família, depois nos outros meios. No final é feito um inquérito a doze homens e outras tantas mulheres em tratamento nos Alcoólicos Anónimos. As conclusões são desfavoráveis às mulheres, se num homem se entende o alcoolismo, é feio ver uma mulher bêbeda.