França, Segunda Guerra Mundial: o frade Georges Mounier informa o superior da congregação religiosa a que pertence que, ditado por um imperativo de consciência, tomara a iniciativa de suspender a ordem de pintar a palavra Missão no telhado do convento, que permitiria assinalar o edifício pelo ar aos bombardeiros alemães. Porém, tal iniciativa equivaleria igualmente a denunciar o edifício semelhante ao lado, antigo convento de freiras transformado em fábrica que contribuía para o esforço de guerra francês, pondo em risco a vida dos operários e das famílias que viviam nas habitações em torno deste. «As mesmas letras que nos protegem podem representar uma sentença de morte para os homens que ali trabalham», explica o frade ao superior, desencadeando um aceso debate sobre a decisão mais correcta: a de conservar a neutralidade da Missão ou a de salvar vidas, colocando-se ao serviço de umas das partes do conflito. O desfecho será inesperado.
O presente volume incluí ainda a novela O Senhor dos Navegantes, tornando novamente disponível aos leitores portugueses duas grandes obras da literatura nacional.
«Extraordinária é a lição que todos nós, os neo-realistas, temos a aprender com "A Missão". Digo-o com o coração nas mãos.» Manuel Ferreira
«"A Missão", de extrema densidade e forte simplicidade, é uma obra que pretende descrever o que há de mais secreto e de mais nobre na alma humana.»
Albert Ayguesparse, Le Soir
«(...) "O Senhor dos Navegantes" expressa o sentido do dever ético e ontológico da criatura humana.» Pinharanda Gomes
«(...) parábola do homem, substituto de Deus, e única criatura capaz de corrigir pacientemente os erros deste mesmo deus decaído e ultrapassado.»
Bernard Emery, sobre "O Senhor dos Navegantes"