O escritor e ilustrador Pedro Seromenho lança o romance juvenil "900, história de um rei", tratando de forma diferente e pedagógica a vida, as batalhas e as paixões do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
"O primeiro rei português foi uma criança muito só. O pai morreu quando ele tinha dois anos e a mãe era ausente. Teve que se tornar homem muito depressa". É assim que, em geral, o jovem escritor e ilustrador Pedro Seromenho tem iniciado a apresentação do seu novo romance medieval, "900, história de um rei - D. Afonso Henriques, 1109-2009", em cerca de 50 escolas e feiras do livro do país. A publicação infanto-juvenil fala de forma diferente e pedagógica da vida e das aventuras do fundador da nacionalidade. O autor quer dar, depois de amanhã, em Guimarães, um exemplar e uma ilustração original ao presidente da República, Cavaco Silva.
"A maior preocupação foi fazer uma escrita visual, para que, sobretudo os mais novos, ao lerem se sintam verdadeiros cavaleiros da Idade Média", explica Pedro Seromenho, ao JN, surpreendido pelo "delírio" júnior face ao interesse da narrativa, às conquistas e personalidade do rei. "Gostam de saber que superou a incapacidade na perna, combateu a mãe, opôs-se ao primo imperador da Hispânia e só foi derrotado por traição", conta.
As miúdas atentam aos seus romances secretos e filhos bastardos, como os de D. Chamôa Gomes. "Casar com a filha do conde de Sabóia foi o melhor que arranjou, por ser o povo a aclamá-lo rei e para ter apoio da nobreza francesa e dos Templários", diz.
A edição, da vimaranense Opera Omnia, exigiu "meses de investigação", apoiada nos historiadores José Mattoso, Almeida Fernandes e José Hermano Saraiva, de forma a montar a prosa de 130 páginas e a vintena de ilustrações.
Sobre a naturalidade de D. Afonso Henriques, deixa a polémica para os historiadores. "Não se duvida só onde nasceu, mas dos sítios da batalha de Ourique ou do Torneio de Valdevez", notou.
Nuno Passos, in JN, 2009-06-22